Recado!

"Aguardando a próxima edição do reality..."

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Entrevista com Hélio Yoshida





EXCLUSIVO: A PRIMEIRA ENTREVISTA DE HÉLIO YOSHIDA!

“Posso não me lembrar das provas, posso não lembrar das atividades desenvolvidas na cabine, posso não lembrar dos rostos, mas jamais esquecerei o que aprendi lá dentro, as lições de vida foram mais valiosas e, definitivamente, o melhor prêmio que ganhei.”

Filho de agricultores, Hélio Yoshida, o jovem de apenas 23 anos encarou um dos desafios mais emocionante de sua vida: a segunda versão brasileira de Solitários. Ao entrar para a cabine de número seis, ele teve que enfrentar provas de resistência física e mental, além da privação de alimentos, banho, sono e conforto.
Praticante de Kung Fu, o rapaz alcançou o 2° lugar do experimento e a admiração do público brasileiro com seu jeito calmo, divertido e com sua determinação.


Confira agora em primeira mão e sem cortes a entrevista exclusiva de Hélio Yoshida para o blog Solitários no Sbt!

£eαηdяo Mαятiηѕ: O que te impulsionou a participar de Solitários?
Hélio Yoshida: Uma das coisas que me impulsionou foi saber que a permanência nesta competição dependeria exclusivamente de minha competência. Nada de votação, nada de panelinha, nada além de minha capacidade de superação. Fora isso, o que me chamou atenção foi o desafio em si. Não é sempre que esse tipo de desafio surge, com esse contexto e formato.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Qual é a sua trajetória como lutador de Kung Fu?
Hélio Yoshida: Gostei da pergunta, pois hoje eu vejo que minha trajetória no Kung Fu como algo singular. Comecei a prática desta arte marcial com 17 anos de idade. Busco nela, o equilíbrio entre meu corpo e minha mente. E antes de falar na minha trajetória como lutador de Kung Fu não posso deixar de falar o que me levou a praticá-lo. A história começa quando eu tinha 15 a 16 anos. Na época meu sonho era entrar para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército, e falhei por duas vezes, fazendo com que me estressasse muito, enfim, perdi o controle sobre meus pensamentos. Adoeci. Passei três dias no hospital, e isso me fez ver o quão desequilibrado estava a balança entre meu corpo e minha mente. Foi então que busquei a prática do Kung Fu.
No primeiro ano de Kung Fu, em 2005, eu consegui chegar até o Campeonato Brasileiro, passando pelas Seletivas Regionais e o Campeonato Estadual. Foi "sorte de principiante". Consegui a colocação de 7º ou 8º, não me lembro, isso na categoria Juvenil.
No segundo ano consegui chegar apenas no Estadual, tinha subido para a categoria adulta, mas em 2007 fui Campeão Brasileiro. Onde tive a possibilidade de, em 2008, ir para a China representar o Brasil no 3º Festival Mundial de Kung Fu Tradicional, conseguindo a 3ª colocação, foi definitivamente uma das melhores experiências da minha vida, pois realizei um sonho de representar meu país em um campeonato internacional. Lembro-me que este ano meu professor, Valdir Cremasco, abriu a possibilidade de treinarmos na Universidade de Esporte de Pequim, foi outro sonho sendo realizado. Em 2009 participei do Sulamericano, conquistando a 4 posição em uma categoria, e por conta da gripe suína resolvi me poupar e não viajar para o Brasileiro, mesmo tendo minha vaga. Em 2010 eu fui novamente campeão Brasileiro em 4 categorias. Abrindo novamente a possibilidade de viajar para China em 2010, contudo não pude viajar por conta da faculdade.
Neste ano, competi nas Seletivas Regionais, conseguindo minha vaga para o Estadual, e pretendo defender meus títulos nas categorias que já sou campeão, e conseguir o título em outras categorias. Trabalho duro, já que além de treinar tenho que me dedicar aos estudos na Faculdade de Educação Física da Unicamp.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Você praticou Kung Fu por muito tempo? Acredita que esse esporte te ajudou a enfrentar as provas do reality?
Hélio Yoshida: No total são 6 anos de Kung Fu. Acredito definitivamente que o esporte me ajudou. Mas deixo claro o que construi através desse esporte foi o que mais me ajudou dentro da cabine. Claro que o condicionamento físico e mental promovido pela prática do Kung Fu me ajudou, mas ‘mais ainda’ foram as boas lembranças de grandes amigos que tenho na Academia Shaolin que me deram forças, dia após dia, dentro daquele experimento. Inclusive a força que a academia deu para minha família ser mais unida. Isso não tem preço e não é em qualquer lugar que se acha. Kung Fu há em muitos lugares, mas a Academia Shaolin Valinhos é única!

£eαηdяo Mαятiηѕ: Ainda está praticando Kung Fu?
Hélio Yoshida: Sim. Ainda pratico Kung Fu. Ainda treino, infelizmente com menor frequência. Tento não perder o elo entre minha vida e a Academia Shaolin! Entre minha família e a família Shaolin Valinhos.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Qual é a sensação de estar trancado em uma cabine?
Hélio Yoshida: Foi horrível, muito ruim... Aprendi uma lição com um grande professor na Faculdade de Educação Física da Unicamp, professor Edson Duarte. Ele dizia mais ou menos o seguinte: Sabe como sabemos que nós somos nós? Nós temos consciência de nós mesmos pela rotina que nós temos. É o que fazemos, o porque fazemos, como fazemos, quando fazemos que nos dá a nossa identidade. E dentro da cabine acabou nossa rotina, nos perdemos, refletimos o tempo todo sobre quem é essa pessoa que se submete a ficar trancafiado dentro de uma cabine 3 por 3 passando por provas, sem banho, sem conforto, longe da família e amigos enfim... Com o tempo, as experiências e a capacidade do ser humano se adaptar, aprendemos e montamos uma nova rotina dentro de Solitários, dando a nossa identidade a partir de experiências vividas aqui fora, e assim nos ajudando a superar dia após dia.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Qual o momento mais agradável que você teve em sua cabine?
Hélio Yoshida: Foram muitos momentos agradáveis... Não sei dizer qual foi o mais marcante. Toda prova que recebemos a notícia de que ficamos mais alguns dias no experimento e todas às vezes que ouvi a voz da minha mãe foi marcante. Todas às vezes que me superei lá dentro foi agradável, por isso é complicadíssimo dizer um momento agradável.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Qual foi a pior prova que enfrentou em Solitários?
Hélio Yoshida: A cama de pregos definitivamente foi a pior prova. Mas a atividade que relutei até o ultimo segundo foi a de rasgar a foto que tirei com meu pai em minha formatura. Isso foi golpe baixo da Val.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Você acreditava que iria tão longe em Solitários?
Hélio Yoshida: Confesso que pensava em apertar o botão vermelho todos os dias em que estive lá, inclusive nos primeiros dias. Foi muito difícil deixar minha vida aqui fora. Deixar família, amigos, academia, estudos, tudo... Sou uma pessoa que gosta de me relacionar com outras pessoas, gosto de contato, de conversar, enfim... Isso já mostra um pouco da minha luta lá dentro, minha luta interna... Não pensava no caminho que percorri, mas no caminho que tinha que percorrer para chegar até o fim. Custe o que custar. Acreditei no que fosse necessário para que atingisse meu objetivo.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Foi difícil lidar com o fato de estar tão perto do prêmio do reality e não ganhar?
Hélio Yoshida: Não foi difícil lidar com este fato. Desde o começo tive como meta minha autossuperação e dar o melhor de mim lá dentro, mesmo se saísse antes queria ter claro para mim de que dei o melhor de mim e que sai uma pessoa melhor do que entrei. Claro que fiquei triste por não ganhar. Batalhei para levar o prêmio, mas acredito que meus ganhos dentro do experimento foram superiores à derrota da final. Para mim dinheiro não é tudo e não compra tudo.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Após sair do experimento, qual foi sua primeira atitude?
Hélio Yoshida: Jamais me esquecerei da primeira coisa que "fiz" depois que "sai" oficialmente da cabine. Coloquei fiz entre aspas porque eu não o fiz, mas recebi, e sai entre aspas porque não foi fora da cabine, mas na antessala. Eu recebi um abraço. Depois de dias sem contato humano, sem falar com família, sem falar com amigos a primeira pessoa que vejo foi Paulo Belém (responsável pela produção de casting do reality), que de braços aberto me recebeu de volta ao mundo real. A primeira impressão foi de surpresa, depois um momento único em que, através de um gesto, essa pessoa conseguiu expressar o sentimento verdadeiro e sincero. Jamais esquecerei. Jamais me esquecerei dele e de outras pessoas que fizeram de Solitários mais do que um programa. Grande abraço a todos que teve de alguma forma participação neste reality.

£eαηdяo Mαятiηѕ: O que achou da sua participação em Solitários?
Hélio Yoshida: Ainda reflito muito sobre minha participação em Solitários e a única palavra que me vem à cabeça é a de EVOLUÇÃO. Ela é a que melhor expressa minha participação, pois para deixar um estado e se elevar temos que, muitas vezes, superar os limites, enfrentar os desafios enfim... foi o que aconteceu... O que me deixou feliz foi a fala da Val pouco antes de eu sair da cabine ("Número 6, uma das coisas que admiro nos humanos é o amor materno, o amor de criação. Também fico admirada em ver como as pessoas evoluem e você me ensinou isso. Você entrou aqui como um menino e está saindo como um homem.") Hoje eu vejo alguns resultados de minha participação, no futuro verei outros... e assim vai pela vida toda.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Atualmente o que você está fazendo da sua vida?
Hélio Yoshida: Hoje eu estou estudando muito, estou no último ano da Faculdade de Educação Física, na Unicamp, e quero seguir carreira acadêmica. Enviei um projeto de Iniciação Científica para um Comitê que avaliará a viabilidade de colocá-lo em prática. Tento manter meus treinos com uma frequência mínima e hoje faço parte da Diretoria da Federação Paulista de Kung Fu.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Quais são seus planos?
Hélio Yoshida: Meus planos para o futuro é de crescer cada vez mais e antes de qualquer coisa como pessoa. Não sei o que será de minha carreira acadêmica, do meu futuro profissional, só sei que quero fazer bem feito e ser feliz.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Qual mensagem você diria para as pessoas que torceram por você no experimento?
Hélio Yoshida: Aprendi e reaprendi muitas coisas lá dentro... Correr atrás do sonho foi uma das lições. Todos nós sabemos disso, já virou clichê de ganhador de reality show, mas lá dentro esse aprendizado tem um peso bem maior, e de certo modo é assim na vida real. Vemos lições que aprendemos na vida sendo colocadas em prática. Foi assim com muitas coisas... Minha passagem por Solitários foi sincera e verdadeira, sou assim na vida real, assim espero que as pessoas que torceram por mim sejam verdadeiras e sinceras em seu dia a dia e principalmente com elas mesmas. Muitas pessoas me parabenizaram pela minha participação e torceram por mim... Se pudesse agradecer a cada pessoa que torceu por mim eu o faria, olho no olho... Acredito que energias positivas chegam independente da distância, do local e de quem as envia, por isso aproveito a oportunidade de agradecer a todos pela torcida.

£eαηdяo Mαятiηѕ: Qual a mensagem você deixa a todos envolvidos no reality?
Hélio Yoshida: Eu agradeço de coração a oportunidade de poder compartilhar essa experiência com todos vocês. Posso não me lembrar das provas, posso não lembrar das atividades desenvolvidas na cabine, posso não lembrar dos rostos, mas jamais esquecerei o que aprendi lá dentro, as lições de vida foram mais valiosas e, definitivamente, o melhor prêmio que ganhei. A gratidão que sinto pelas pessoas que trabalharam na produção de Solitários é imensurável. Principalmente ao Denis Salles, Paulo Belém, as cabines, Stéphanie, Lucas, Fabi, Michel, Eduardo (Blau), Tatiana, Chris, André e Luana, todos os produtores e pessoas que tiveram participação neste projeto. Muito obrigado a todos.

Hélio Yoshida em alguns momentos na cabine de número 6 de Solitários v. 2.0.


Um comentário:

  1. Acompanhei as duas temporadas de Solitários e digo, sem dúvida nenhuma, que o Hélio foi o melhor participante de todos e por quem eu mais torci! ^^
    Fiquei muito orgulhosa dele por ter lutado até o fim com garra, determinação e honestidade!
    Enfim, adorei a entrevista! É ótimo poder saber um pouco mais sobre a vida dessa pessoa fantástica que é o Hélio Yoshida. o/
    Parabéns Leandro pelo belo trabalho no blog! ;]
    Um abraço.

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